Prefeito: MILTO VENDRUSCOLO (PMDB)
Vice-Prefeita: JAIR KAMMLER (MDB)
Endereço: Praça 12 de Abril, 117
CEP: 99.810-000
Telefone: (54) 3525-1122
Site (Famurs): www.severianodealmeida.famurs.com.br
Site da Prefeitura: https://www.severianodealmeida.rs.gov.br/
Área: 167,615 km²
Estimativa População [2020]:3.631
Distância de PoA: 398 km
Gentílico: Severianense
História
O surgimento do povoado de Severiano de Almeida remonta à segunda década desse século, entre 1910 e 1920, quando adentraram muitos colonos nas matas do norte do Rio Grande do Sul. Anterior a isso, sabe-se que circulavam pela mata índios Kaingang e outros indivíduos (de procedência incerta) refugiados das revoluções Farroupilha e Federalista.Incentivados pela colonização pública promovida por Carlos Barbosa Gonçalves (então presidente do Estado) que, no dia 6 de Outubro de 1908 criou a Colônia Erechim, e pela colonização particular da Empresa “Luce-Rosa & Ltda”, fundada em 1915, começaram a chegar os primeiros imigrantes às novas terras.
Eram oriundos das colônias Silveira Martins, Caxias, Dona Isabel, Conde D`Eu e até da Itália.Um fator que contribui muito no deslocamento dos imigrantes para a região do Alto Uruguai foi a chamada “estrada de ferro”. Tendo chegado ao povoado de Paiol Grande em 1910 e, no ano seguinte, unindo o nosso Estado com Santa Catarina, Paraná e São Paulo, a ferrovia tornou-se um excelente meio de importação de bens de consumo e escoamento da produção.No final de 1916 conforme assegura a tradição oral – um grupo de nove colonos de origem italiana teria descido para a região onde se localizava hoje Severiano de Almeida a fim de ver as terras da Luce-Rosa. Feita a visita, haveriam batizado o lugar de “Nova Itália”, nome com o qual o povoado ficou sendo conhecido por longo tempo.Já no início de 1917 estabeleceu-se aí a família de Ferucio Marins Bisol e Rosa Magnabosco, provindos de Guaporé.
Ressentidos de recursos de primeira necessidade, mas ancorados pela esperança de prosperarem, foram chegando outros pioneiros. Pode-se mencionar a família de André e Sabina Zílio, Antônio e Luiza Bigaton, Vicente e Maria Burin, Domingos e Brígida Sponchiado, Pietro e Maria Carnieletto, Vicente e Catarina Sponchiado, Benjamim e Arcagela Dagios, José Maria Pedron, Fioravante e Helena Pedron, Felipe Maria Antoniazzi, Geremias e Ema Nespolo, Adolfo e Santa Nespolo, Pedro e Verônica Gênero, Angelo e Ana Luigia Gênero, Pimo Antônio e Maria Miotto, Santo e Santa Burin. Na seqüência, fixaram-se os Vendruscolo, os Trentin, os Benincá e muitos outros.Preocupada com o densenvolvimento da Colônia , a empresa “Luce-Rosa & Ltda” incentivou a vinda dos padres franciscanos para a região, bem como favoreceu a sua instalação entre os colonos.
Além da assistência propriamente religiosa, os franciscanos exerceram grande influência cultural em Nova Itália, como de resto em diversos povoados circunvizinhos por eles atendidos. Quase simultaneamente chegaram as irmãs Fransciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora no vizinho povoado de Três Arroios. Em Nova Itália firmaram residência em março de 1956, sempre envidando esforços no atendimento religioso e no campo da educação. Criaram e mantiveram por muito tempo o Colégio Cristo Rei, que se notabilizou como o maior e melhor estabelecimento de ensino do distrito.
As irmãs e padres possibilitou uma sólida formação cristã, responsável pelo florescimento de muitas vocações religiosas e sacerdotais.A religiosidade foi um elemento determinante e um fator de grande significado pessoal e social na vida do imigrantes. Possuiam fé inabalável no criador e devoções bem nutridas pela tradição que, a par das dificuldades de toda ordem, foram forjando de imediato a organização das comunidades. Por ali passavam as questões políticas, econômicas, culturais e religiosas. Nesses meio também perpassavam os projetos, as lembranças, a convivência e tudo o mais que lhes pudessem valer.
Acentuada dedicação e esmero ao trabalho. Assim eram os colonos que, manualmente, puseram abaixo a mata para construir uma economia de subsistência, baseada na policultura. Desde o princípio, cultivou-se em Nova Itália o trigo, o milho, o feijão, o fumo e a parreira. Produziram-se suínos, bovinos e outros animais. Houve extração de erva-mate, bem como de madeira, que era beneficiada pelos engenhos e mesmo exportada, quer pela ferrovia, quer pelo Rio Uruguai, através das “balsas”. No cenário econômico surgiram as casas de comércio.
Expressiva foi a iniciativa de um grupo de agricultores que, liderados por Mariano Moro, em 01-1940 transformaram a Cooperativa de Fumo Nova Itália em Cooperativa de produção e consumo “Nova Vitória”, Mariano Moro foi uma das personalidades marcantes da época. Sobressaía-se pela liderança e pelos ideais cooperativos. Tornou-se fundador ou co-responsável pela fundação de pelo menos 20 cooperativas agrícolas na região, dentre as quais a União Sul Brasileira de Cooperativas com sede em Porto Alegre.Administrativamente, Nova Itália passou à categoria de distrito no dia 15 de Abril de 1929, por um ato do então intendente municipal de Erechim, Attílano Machado. O novo distrito comportava uma área de 450 km e foi oficialmente instalado no dia 03-05 daquele ano, tendo como primeiro sub-intendente o Sr. João Moro. Entre as autoridades e populares estava o Sr. José que atuou em Nova Itália como juiz distrital, médico, sub-delegado de polícia e sub-prefeito.
Em virtude de alguns contratempos de ordem eleitoral, o distrito de Nova Itália foi extinto em 5 de Maio de 1933. Todavia, em 05-1934 fora solenemente restaurado, devolvendo a alegria à produção e permitindo a retomada da caminhada político-administrativa. Em razão do movimento nacionalista da época da segunda guerra mundial, houve a alteração dos topônimos estrangeiros. Nova Itália passou a ser denominado Severiano de Almeida por decreto estadual de 29 de Novembro de 1938. A escolha do nome foi uma homenagem ao engenheiro, chefe da Comissão de Terras para demarcação da Colônia Erechim. O distrito recobrou seu antigo nome “Nova Itália” em 17 de Dezembro de 1956. Mas, com a emancipação ficou sendo conhecido definitivamente por Severiano de Almeida. As condições econômicas e sociais o permitiam dado que o interesse pela causa emancipacionista se firmou. Em reunião realizada no dia 20 de Janeiro de 1962 foram eleitos Dr. João Carlos Pezzi, Alberto Francisco Basso, Dionísio Zílio e Hary Magarinos para comporem a comissão responsável pelo processo de independência adminstrativa.
Após ser analisado o processo de emancipação junto à Assembléia Legislativa do Estado e decorrida a consulta plebiscitária na área emancipanda, o governador Lido Meneghetti sancionou a criação do município de Severiano de Almeida. Isto se deu no dia 26 de Dezembro de 1963.