O Comitê Regional de Atenção ao Coronavírus da AMAU, ao longo do processo pandêmico, vem realizando uma série de avaliações e paralelos para verificar a evolução da epidemia na região.
Segundo os dados da Plataforma Regional de Monitoramento (PRM) os números de casos ativos vêm se elevando de forma gradual, a cada novo levantamento. Segundo o último boletim ultrapassamos o patamar de 550 casos ativos, o que coloca a R16 em atenção, considerando que estamos recém saindo de um cenário agravado, com sobrecarga do sistema de saúde, elevadas taxas de ocupação das estruturas hospitalares e, infelizmente, um número expressivo de óbitos.
Analisando o gráfico verificamos que em 01/03 a região apresentou 999 casos ativos e, a partir de uma série de ações e sucessivas classificações de bandeira preta (altíssimo risco), os números começaram a diminuir, atingindo em 03/05 o piso de 331 casos ativos.
Contudo, fruto das nossas análises, estamos percebendo que a curva epidemiológica de casos ativos mudou seu desenho e ganhou contorno de elevação. Em 03/05, sistematizamos 331 casos ativos. Em 05/05 ascendemos para 402 casos ativos. Em 07/05 aumentamos o número para 427 casos ativos e, em 10/05 chegamos a 439 casos ativos. No boletim do dia 12/05 (último boletim) verificamos um crescimento expressivo, chegando ao indicador de 571 casos ativos.
“A elevação dos números reforça a tese que devemos adotar com o maior rigor as medidas preconizadas de prevenção, caso contrário o cenário caminha para um alerta e possível novo agravamento”, coloca Jackson Arpini, membro do comitê regional.
Num paralelo dos dois últimos mapas regionais verificamos que aumentamos em 132 casos ativos, partindo de 439 para 571. Tomando como base a data de 03/05 até a presente data, os dados indicam um aumento de 240 casos ativos em nove dias.
Persistindo nas avaliações, uma das atribuições do comitê regional, verificamos que dos 34 municípios alvo de monitoramento, 26 municípios apresentaram mais casos ativos, o que dá um percentual de 76,47%, e nos leva a pressupor que o crescimento não é pontual e, sim, uma tendência regional. Seis (06) municípios apresentaram estabilidade, portanto o mesmo número de casos, e apenas dois (02) reduziram o número de ativos.
Outra avaliação realizada pelo comitê é com relação ao quantitativo de casos ativos por município. Verificamos que apenas quatro (04) não apresentam no momento nenhum caso ativo (11,76%), seis (06) municípios apresentam de 01 a 03 casos ativos (17,64%); nove (09) apresentam de 4 a 10 casos ativos (26,47%), e a faixa predominante, é dos municípios que apresentam mais de 10 casos ativos, com 15 municípios (44,11%).
Outro dado que nos chama a atenção é que nos últimos cinco levantamentos regionais o número de casos ativos vem subindo a cada novo boletim, o que nos coloca em situação de atenção.
Também estamos observando as taxas de ocupação dos leitos clínicos e de terapia intensiva. Verificamos que estamos com taxas baixas para ocupação dos leitos clínicos, na ordem de 18,64%, porém estamos com taxas elevadas quando falamos em leitos de UTI, na ordem de 80,55%.
Tomando como base os episódios anteriores e considerando que o cenário se arrasta desde março de 2020, podemos pressupor que após a elevação dos casos ativos ocorrem os reflexos, como elevação das taxas de ocupação dos leitos hospitalares, por esta razão a R16 está entrando em alerta.
“Precisamos analisar com precisão os próximos levantamentos, para verificar o desenho da curva epidemiológica e seus desdobramentos”, pontua Arpini.
Nessa avaliação temos que considerar que parte da população da região já foi imunizada com a primeira dose, num percentual de 27,18% (74.845 pessoas) e com a segunda dose 12,19% (29.070 pessoas).